Apesar de Paris e Londres serem identificáveis pelos seus famosos monumentos históricos, as imagens desta série não se referem às especificações de lugar ou à sua aparência, referem-se a um momento particular do tempo e do espaço mediado pela tecnologia.
Esta dança entre o futuro e o passado, a rotina e o ritual, o progresso e a tradição, revela um mundo que rapidamente se transforma e ao mesmo tempo resiste esquecer sua história, um mundo de transição que ainda não sucumbiu diante do inevitável. Populado por um mar de rostos e culturas, este é um cenário global permeado de representações visuais e universais de expressão e gesto em vez do diálogo limitado da linguagem fixa.
“336 km” é portanto um ‘estado limite’ entre o aqui e o ali, entre o passado e o agora. Apesar de ser mais ou menos a distância propriamente dita entre as duas capitais européias, 336 km certamente não significa uma linha reta entre dois pontos, e sim a jornada tortuosa contida entre eles.
Em 336 km, as barreiras desfocadas de tempo e lugar dissolvem as nossas pressuposições referentes ao progresso e à mudança, nos desafiando a curtir mais intensamente o momento no qual estamos e afastar o impulso de defini-lo antes de realmente conhecê-lo.